22:00 14/04/2011 Não sei porque... (pensamentos soltos)

....mas acho que de alguma forma devo explicações. Não sei muito bem a quem, mas ao quê. A essa soma de encontros esporádicos que me iludiram, me fizeram perder o ar, me fizeram tanta falta. Eu vejo todo esse fim como um processo longo e um tanto doloroso, mas acho que estou perto de conclui-lo. Mas meu subconsciente me desmente. Me traz à tona tudo que, ao longo do dia, me esforço para não lembrar. Me cria situações ultimamente impossíveis, que me deprimem ao acordar. Me faz esquecer o porquê disso tudo, me faz virar um ser irracional, inconsequente. E eventualmente me faz lembrar. Me faz entender que tudo que acontece é, de alguma forma, pro melhor. Não, não é. Me faz esperar por você, por mais que razão, mente, corpo e alma me digam que é idiotice, meus pulmões me impedem. Te esquecer, já recitei as palavras para você, está fora de cogitação. Te superar, acredito que o fim do meu processo dê nisso. Eu já disse, para muitas pessoas, que uma vez que se ama, não se esquece mais. E é a coisa mais triste do universo não ser correspondida e carregar este fardo - assim como você disse que não era - eterno, consciente e proposital.
Duvido que alguém imaginasse que as coisas estão assim pra mim. E sabe, eu só queria saber, como vai você? Você disse que não estava bem, estava confuso. Você não tem tempo, você some, você vira estrela de cinema. Como vai você? Você tem saudades da gente? Procura um beijo igual ao meu numa outra boca? Pensa no meu sorriso? Ri sozinho ao recordar-se? Alguma lágrima já escorreu, mesmo a escolha tendo sido sua (apesar de eu alegar que teria feito o mesmo - e eu teria mesmo)?
Que horário mais filhadaputamente oportuno. E as únicas palavras que ecoam na minha cabeça são "FILHO DE UMA PUTA" (não me leve a mal, adoro a sua mãe). Você sempre foi o cara mais gentil do mundo, eu te odeio com todas as minhas forças por isso. Você é mole, fraco, covarde, inteiramente flexível, desligado, inoportuno. Seu cabelo é igual ao do seu irmão. Seu corpo é tão próprio seu. Seu sorriso está lindo, acho que você deveria saber. Você está lindo. Sua risada é horrível! Sempre foi. Tentava ignorá-la. Agora? Tento lembrar dela. As coisas que me faziam ter vontade de te dar um soco (mesmo ostentando um eterno sorriso ou uma pokerface), hoje me fazem rir. Tudo, absolutamente tudo, me traz uma nostalgia, e hoje eu choro não sei se de felicidade, de tristeza, de decepção. Por que a gente tinha simplesmente tudo pra dar certo. E não deu. Eu culpo sua imaturidade, sua desatenção, culpo meus defeitos, minha falta de habilidade, culpo a nossa distância em todos os aspectos. Culpo a ruiva. Culpo meus pais. Culpo o tempo, culpo suas viagens. Culpo os amigos. Culpo, culpo, culpo.
Ainda não te dei explicações. Nem sei bem quais elas seriam. Acho que seriam tudo que eu deixei de fazer, todos os meus silêncios, meus arrependimentos, a falta que eu eventualmente possa ter feito. E a verdade é que eu não sei explicar, acho que não tem explicação. Eu espero esse dia desde o dia número um, e simplesmente não sei explicar. Eu sinto que fiz tudo que podia. Mas sei que é mentira. A verdade é que nós fomos ausentes de nós mesmos. Para, com, sobre, sob, sem, nós mesmos. Você é o fardo que eu achei que um dia deixaria de carregar. Vai completar um mês que o carrego sozinha. E você já superou, já esqueceu, não sente falta, não sente saudades, eu sei disso, a única coisa que você faz é se importar, e só quando estou por perto. Age cuidadosamente...
Deu tudo errado. Tudo.